Se um louco lhe oferece um drink
“É a dose que faz o veneno”
Por Geraldo Gabliel
7º Amigo:
LEO CAVALIER
Rua Rocha Leal, 862
BOA VISTA – RORAIMA – BRASIL
Parece ter sido um dia destes, Geh Latino festejava, com amigos (ou… uma amiga?), seu aniversário no Roberto´s Ristorante Italiano, em Virginia, nos Estados Unidos. Para comemorar: – Pizza Marguerita; para bebemorar: um drink Margarita. Coincidência, ou não, este cronista comemora seus 60’s fevereiros sempre na última semana deste segundo mês do ano e, você sabia? – o dia especial para comemorar a criação da Margarita é 22 de fevereiro. Marguerita é italiana; Margarita é Mexicana… você sabe! Mas, o saborear tais delícias, não tem pátria. Dá-lhe Brazucas!
E foi nesta vibe de pré-níver, nesse ano, que se rompe o lacre da carta do 7º amigo Leo Cavalier (esse amigo já morreu, foi assassinado – depois eu lhe conto – muito triste!).
Leo contava que quando esteve de férias missionárias na capital Macuxi, um dia cruzou uma ponte e, do outro lado, chegou à cidade de Lethem, na Guiana, onde teria ouvido a história de um fanático americano chamado Jim Jones que levou ao suicídio 918 pessoas em Jonestown, em 18 de novembro de 1978 por envenenamento com cianureto de potássio no suco de laranja.
Geh Latinus sabe que tudo isso é verdade, pois estava lá na companhia de Leo…
Isso aconteceu de fato, uma tragédia sem precedentes. “Até os ataques de 11 de setembro, a maior tragédia envolvendo ações deliberadas contra civis americanos teve lugar em meio à floresta amazônica, no território da Guiana”¹. Realmente 918 pessoas foram induzidas ao suicídio coletivo numa Comuna do pastor Jim Jones, fundador do Templo Popular – uma seita pentecostal cristã de orientação socialista.
Geh Latinus, naquele fatídico dia 11 de setembro de 2001, que ficou conhecido como 9/11(por ironia -esses números da data: mês e dia – como se usa nos EUA – é exatamente o número de chamada de emergência dos Bombeiros) estava na hora da siesta em Sant Antoni de Calonge, na Espanha, quando na TV interrompeu-se a programação normal daquele horário e: BREAKING NEWS! Aterrorizados reporteres anunciavam o ataque às Torres Gêmeas (World Trade Center) em Nova York. Era clima de guerra – o Terror. Diante daquela cena dantesca do ataque à primeira torre, ao vivo, enquanto se mostrava um enorme edificio de 110 andares, 413 metros de altura, desmoronando como um castelo de cartas, diante dos nossos olhos, outro avião, como se fosse um míssil intercontinental atinge em cheio a segunda torre do complexo comercial WTC – 2753 pessoas, inclusive bombeiros, morreram vítimas do terrorismo naquele dia fatídico. Sangue, suor e lágrimas incontidas marcaram a história de Manhattan – quando o Voo 11, da American Airlines; e o Voo 175 da United Airlines – sequestrados por pilotos suicidas – explodiram o sonho comercial do imperio norteamericano.
Entre as duas ocorrências citadas, psicopatas motivam e provocam mortes de pessoas. No caso de Jim Jones, após obrigar muita gente a ingerir veneno e se matar, ele mesmo, com uma arma de fogo suicida-se também. Acredita-se que muitas daquelas pessoas, após passarem por uma lavagem cerebral intensa – quem sabe houvesse ali uma “promessa de paraíso” post mortem? – eram voluntárias para o suicídio. Já no caso do WTC do 9/11, os únicos que deliberaram sobre a sua própria morte foram os terroristas que – quiça? – realmente acredivam ser mártires que estariam naquele mesmo dia no paraíso de Alah e, bem acompanhados, cada um, com 7 moças virgens (presente de Deus). – Samsara ou Nirvana.
Sabe que dependendo da situação e contexto eu, que não gosto nadinha de Karl Marx, do seu Capital, coisa e tal… tenho que concordar com aquele barbudo quando diz: – “a religião é o ópio do povo” – (confira lá, mas esta frase deve ter sido cunhada por Hegel) – nos dois casos citados acima, o fanatismo era o ópio – o veneno – a dose fatal para loucos e inocentes. Estes, não sabiam, não decidiam o seu destino; aqueles, perversos malfeitores, planejavam e executavam o terror e a morte.
Este ano tenho classes de Ensino Religioso para estudantes adolescentes. Nalgumas aulas analisaremos a diversidade de religiões no mundo – suas crenças, doutrinas e dogmas… e, com muito cuidado – veremos os símbolos que identificam cada grupo religioso. Já estou pensando em mandar um bilhete aos pais e responsáveis informando-lhes de que não se trata de proselitismo, e muito menos criar conflitos religiosos na escola e nas famílias. Vou dizer-lhes de que na escola este conteúdo e objeto de estudos é meramente acadêmico e informacional – são realidade de fatos registrados na História e Literatura Universal. (Certa vez uma senhora, mãe de um de meus alunos, veio à escola, muito brava, e disse que estávamos mandando simbolos diabólicos na tarefa escolar do seu filho e que, assim, a gente estava influenciando-o para o “caminho do mau” (ou caminho do mal?). Deus me livre! Cruizcredo…
Ah! Falando em alunos, escola, e “envenenamento com cianureto de potássio no suco de laranja” – me lembrou um fato: há alguns anos, uma mocinha, numa escola de uma cidade vizinha, muito estudiosa, leitora assídua (mistérios/bruxarias)… me perguntou: – Profe, onde encontro pêssego para comprar… e, quantos pêssegos (sementes) preciso para produzir 5mg de cianeto de potássio? E eu, incocente, disse a ela que não era tempo de pêssegos no mercado e que em breve teríamos na Feira Livre do Bairro esse fruto tão delicioso, e saudável. E #fui… Chegando em casa, num momento de relax, me deu um insight de dúvidas: – Por que a ERS me questiona sobre pêssegos e Cianeto de Potássio (KCN)? Fiquei intrigado com o questionamento da menina. Fui pesquisar!
Leo me disse que o veneno misturado ao suco de laranja era “cianureto”… e a moça me disse “cianeto”. Seriam a mesma substância? e tóxico… Sim! trata-se do mesmo composto químico, duas nomenclaturas, e altamente tóxico – letal para o ser humano. E a doze fatal? – 5mg. – Será que alguém queria atentar contra a sua própria vida? Na dúvida, não ultrapasse! – Liguei imediatamente para a mãe da menina… Cuidado! Sempre Alerta! (Lema do Escoteiro). Hummm… se era suco de laranja, eu não sei. Alguém me informou pela Net que era um ponche de frutas. Poderia ser até uma inocente Margarita² verdade? E a quantidade que se dilui? Sei lá! – me disseram que “é a dose que faz o veneno” (Ed Blons – American Cancer Society). (Margarita Original, Margarita com Licor de Laranja, Margarita com Melancia… como preparar²). Saudade de Margie… mas sou abstênio. Dá-lhe Margaritas mas, – Não se descuide, se houver um louco por perto!
Desculpe amigo mas, nesta história das naftalinas se tornarem líquidas na gaveta, você pisou no tomate. Data Venia Alexandre! Os químicos (alguns amigos de escola) me dizem que – “Não, a naftalina não se torna líquida, pois ela sublima, ou seja, passa diretamente do estado sólido para o gasoso”. E que a sublimação da naftalina ocorre lentamente a temperatura ambiente, liberando vapores que afastam insetos. Esse processo ocorre em certas condições de temperatura e pressão.
Oras, se já sei o que não fazer com cianeto, o que fazer com as naftalinas? – Já sei! Se aquele seu amigo baratoso, de quem você desconfia desde o “verão passado” lhe oferecer um drink, atira-lhe uma bolinha de C10H8, com um perfume repelente nada agradável! E sarta de banda!
Geh Latinus sabe que tudo isso é verdade, mesmo na ausência de Leo… Sublime Leo!
Ao meu bom amigo Leo Cavalier – aguardando a Manhã da Ressurreição! Maranatha!
¹https://www.bbc.com/portuguese/geral-46258859
²https://octo.com.br/drink-margarita-veja-como-fazer-e-conheca-mais-sobre/
