OPERAÇÃO DOMINÓ
Esta semana, o estado de Rondônia foi surpreendido por uma notícia relacionada com a prisão do ex-deputado Maurão de Carvalho. Ele foi preso em consequência de uma ação judicial sobre a Operação Dominó, ocorrida no ano de 2006 e que causou, na época um verdadeiro burburinho no universo politico de Rondônia. Na ocasião, 23 três deputados estaduais foram acusados de participação em um esquema que teria fraudado os cofres públicos estaduais. Após o andamento dos processos, várias pessoas foram condenadas, outras inocentadas e o fato entrou para a história como um dos grandes escândalos de corrupção do estado. A prisão do ex-deputado Maurão de Carvalho ocorreu em virtude do trânsito em julgado de decisão judicial referente aos fatos. Segundo declarações do representante do Ministério Público de Rondônia, o trânsito em julgado se deu no mês de janeiro deste ano e a prisão foi realizada sem maiores ocorrências. Maurão de Carvalho foi condenado a 11 anos e 7 meses de prisão, inicialmente em regime fechado. Alguns órgãos de imprensa do estado informaram que ele também é acusado de outros crimes que teriam sido praticados em diferentes ocasiões, entre eles o crime de queimadas ilegais na região de Porto Velho.
MAURÃO DE CARVALHO
Maurão de Carvalho foi o primeiro prefeito do município de Ministro Andreazza, cidade vizinha a Cacoal e onde era seu principal reduto eleitoral. Ele foi deputado estadual, por várias vezes e chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, ocasião em que ocorreu a construção do prédio onde funciona hoje o Poder Legislativo de Rondônia. Em 2018, Maurão de carvalho decidiu ser candidato ao governo do estado, ficando na terceira colocação, quando obteve, no primeiro turno, 173.690 votos. Naquele ano, Marcos Rocha foi eleito no segundo turno, após disputar o cargo com o ex-senador Expedito Junior. Após a derrota nas urnas, em 2018, Maurão ficou afastado do cenário politico e seu nome voltou a ser notícia esta semana, quando ocorreu sua prisão. A coluna não conseguiu contato com a defesa do ex-deputado, mas vamos aguardar que seu advogado entre em contato, caso ele tenha interesse em fazer algum esclarecimento sobre o assunto. Como já ocorreu o trânsito em julgado do processo, não há possibilidades jurídicas de recursos, mas a defesa do ex-presidente da Assembleia Legislativa tem o direito de buscar os caminhos jurídicos que julgar necessários, com relação à possibilidade de cumprimento da pena em regime diferente do que ficou determinado pelo Poder Judiciário.
NERI FIRIGOLO
Muitas pessoas podem não lembrar, porque geralmente a população não dá muita importância para os fatos políticos do estado, mesmo quando eles representam grande impacto no mundo político. No caso da Operação Dominó, houve enorme repercussão, inclusive em rede nacional, em função do suposto envolvimento de praticamente todos os deputados estaduais de Rondônia, naquela época. Apenas o ex-deputado Neri Firigolo (PT) não foi denunciado pelas autoridades que cuidavam dos fatos. Atualmente, Firigolo reside no município de Cacoal e parece não ter muito interesse pelas disputas políticas. Ele não costuma aparecer em eventos políticos, sociais ou culturais na Capital do Café, embora seja lembrado como um político que exerceu o mandato com muita honestidade. Alguns anos atrás, o ex-deputado também se desfiliou do PT, mas ainda tem seu nome citado em todos os eventos do Partido dos Trabalhadores no município de Cacoal.
JUNIOR GONÇALVES
Um dos principais aliados do governador Marcos Rocha deixou o cargo na semana passada. Trata-se de Junior Gonçalves, que ocupou o cargo de Chefe da Casa Civil até o dia 10 deste mês. Junior Gonçalves é irmão do vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves e também é o presidente regional do União Brasil, sigla que elegeu o atual governador em 2022. Muitos analistas políticos e mandatários do estado consideravam difícil a saída de Gonçalves do cargo, em razão da forte ligação que ele possuía com o governador e também pelos fortes laços políticos consolidados por ele com praticamente todos os deputados estaduais. Entretanto, ele acabou exonerado pelo coronel Marcos Rocha e agora deve seguir seu caminho nas atividades privadas. É importante lembrar que o agora ex-Chefe da Casa Civil não deverá ficar totalmente de fora dos debates políticos, visto que ele, na condição de presidente regional do partido do governador, certamente terá muito peso nas decisões políticas de 2026. Nos bastidores políticos de Rondônia, comenta-se que o governador pode deixar o cargo, em abril de 2026, para disputar umas das vagas ao Senado Federal e que o vice-governador seria o nome do grupo na disputa pelo governo. Mas é preciso esperar para saber como ficam as coisas até lá.
REFORMA ADMINISTRATIVA
O prefeito reeleito de Cacoal, Adailton Fúria, tem sido muito criticado nas redes sociais da Capital do Café. O motivo das duras críticas é um projeto encaminhado pelo prefeito ao poder legislativo cacoalense, que visa criar dezenas de novos cargos comissionados na administração municipal. Entre os argumentos utilizados pelas pessoas que não concordam com a aprovação da matéria está o fato de que o município de Cacoal realizou um concurso público, no fim de 2024, que prevê uma grande quantidade de vagas em todas as secretarias municipais. Adailton Fúria usou suas redes sociais, no começo da semana, para dizer que o município de Cacoal não fazia uma reforma administrativa desde o ano de 2008. Todavia, a criação de tantos cargos comissionados chamou a atenção até mesmo de partidários do prefeito, porque o caminho natural para o preenchimento de vagas na administração seria através do concurso público feito pelo Prefeitura de Cacoal. Até presente momento, nenhuma dos vereadores da Capital do Café manifestou qualquer opinião sobre o projeto, mas não há no legislativo nenhum vereador que faça oposição à administração de Adailton Fúria.
SINSEMUC EM AÇÃO
Logo após tomar conhecimento do projeto e da grande mudança que isto representa para o município de Cacoal, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cacoal (SINSEMUC) divulgou uma convocação nos meios de comunicação e páginas do sindicato, convidando todos os servidores para uma assembleia geral que vai ocorrer no início da próxima semana. Na opinião dos dirigentes do SINSEMUC e da imensa maioria dos trabalhadores do serviço público municipal de Cacoal, o projeto causará um impacto muito grande na folha de pagamento do município e os servidores de carreira podem sofrer muitas perdas. Algumas pessoas ligadas ao setor público de Cacoal e ao Sinsemuc acreditam que a aprovação do projeto em questão pode até mesmo inviabilizar a convocação dos candidatos aprovados no concurso público do município, já que os valores do impacto, com a reforma administrativa proposta pela gestão de Adailton Fúria, seriam superiores a 12 ou 15 milhões de reais. Ainda não há dados oficiais disponíveis para indicar o percentual de comprometimento da folha, mas a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe limites rigorosos para os gastos com pessoal.
ALERTA DE ENCHENTE
As fortes chuvas que caíram na região central do estado, durante esta semana, causaram grande preocupação nas famílias que residem nas proximidades dos rios que cortam o município de Cacoal. Em diversos pontos da cidade, o nível dos rios subiu de maneira preocupante e muitas famílias tiveram suas casas invadidas em diversos setores do município. Como é de conhecimento da população cacoalense, todos os anos acontecem enchentes que desabrigam centenas de famílias e causam prejuízos irreparáveis. O número de empresas que também sofrem prejuízos com a cheia dos rios em Cacoal também é muito grande e deixa sérias consequências para a economia local. Em todos os anos, os políticos da Capital do café fazem muitos discursos, mas até hoje não há nenhum projeto ou programa que possa garantir à população um pouco de tranquilo no período invernoso. Em vez de buscar soluções mais eficazes, muitos políticos aproveitam da situação para levar uma cesta básica na casa de uma família desabrigada e fazer propaganda política em torno da situação. É lamentável que isto ocorra, mas é uma prática muito comum em Cacoal.
PREJUÍZOS NA EDUCAÇÃO
Para se ter uma ideia dos transtornos que as chuvas causam ao município de Cacoal, na última sexta-feira, as aulas nas escolas da rede municipal foram suspensas, visto que o volume de água em diversas ruas e avenidas do município, bem como nas linhas rurais de Cacoal impediu o deslocamento de dezenas de ônibus que transportam alunos e professores. Esta situação também ocorreu em outros anos e causa prejuízos ao ano letivo das crianças matriculadas. Conforme dados constantes no Tribunal de Contas do Estado, a qualidade do ensino nas escolas municipais de Cacoal teve forte queda nos últimos anos. Assim, a questão das águas pluviais também pode contribuir para impedir que um sólido trabalho seja feito pelos professores, visando recuperar a qualidade de ensino em Cacoal. No ano de 2024, a falta de professores em muitas escolas também está entre os fatores que causaram a perda de qualidade na educação cacoalense. Claro que não dá para afirmar que a administração municipal é culpada pelas fortes chuvas, mas também não há medidas mais eficazes voltadas para a diminuição dos problemas que já são muito conhecidos pela população.
KITS ESCOLARES
Falando em educação, esta semana, muitas pessoas bateram palmas para o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, quando a administração anunciou que todos os estudantes receberiam o material escolar e que isto é mérito exclusivo do prefeito de Cacoal. Porém, as coisas não são bem assim. Na realidade, trata-se de um programa criado pelo Ministério da Educação que tem como finalidade garantir aos municípios o acesso mais barato aos materiais escolares. Neste caso, os municípios entram com recursos, mas os valores do material são definidos por um mecanismo do governo federal chamado de Sistema de Gerenciamento de Atas de Registro de Preços (SIGARP). Pelo sistema, o governo federal convoca os municípios para realizarem a adesão e pegar carona nas Atas de Registros de Preços, resultando numa forma muito mais barata de aquisição dos kits escolares. Assim, o município de Cacoal é apenas um dos milhares de municípios que resolveram aderir às atas do governo federal. Não se trata, portanto, de nenhuma invenção da roda ou da criatividade da administração municipal de Cacoal, mas é um fato importante, já que atende milhares de estudantes Brasil a fora.
